Impulso (5)
A luz intermitente das velas dava um certo movimento às curvas do corpo que o aguardava quieto, ali à sua frente, num silêncio de consentimento..."Meu Deus, que visão", pensou ele.
As suas pernas tremiam-lhe como as pequenas chamas das velas que dançavam ao sabor da brisa que trespassava o quarto, um pequeno oásis de ar num dia infernal na atmosfera alentejana...o calor não ajudava a conter a transpiração do nervosismo e, encostado à ombreira da porta, teve ainda um acesso de hesitação...apetecia-lhe fumar um cigarro que o acalmasse de uma vez por todas antes do seu ritmo acelerar de novo, mas agora em comunhão de dois corpos que suam e que se esquivam entre apertões de paixão...sorriu e disse-lhe: "estás nervosa?"
(Lagarto)
Eva continuou deitada de frente, não lhe respondeu. O lençol cobria-lhe somente as pernas deixando à vista o corpo sensual onde as sombras realçavam as formas. O cabelo farto cobria-lhe a cara indo cair na borda da almofada. À volta da cama japonesa, velas há muito acesas libertavam a cera em movimentos lânguidos. Encostado à cabeceira, uma Maraca angolana esperava ser tocada a qualquer momento. O avô de Ricardo tinha trazido uma igual quando acabou a comissão militar. Trocara a arma pelo instrumento musical, troca justa, pensou.
Ricardo continuava à porta, a jogada seria sua.
(João Mãos de Tesoura)
As velas derretiam no desejo...
As suas pernas tremiam-lhe como as pequenas chamas das velas que dançavam ao sabor da brisa que trespassava o quarto, um pequeno oásis de ar num dia infernal na atmosfera alentejana...o calor não ajudava a conter a transpiração do nervosismo e, encostado à ombreira da porta, teve ainda um acesso de hesitação...apetecia-lhe fumar um cigarro que o acalmasse de uma vez por todas antes do seu ritmo acelerar de novo, mas agora em comunhão de dois corpos que suam e que se esquivam entre apertões de paixão...sorriu e disse-lhe: "estás nervosa?"
(Lagarto)
Eva continuou deitada de frente, não lhe respondeu. O lençol cobria-lhe somente as pernas deixando à vista o corpo sensual onde as sombras realçavam as formas. O cabelo farto cobria-lhe a cara indo cair na borda da almofada. À volta da cama japonesa, velas há muito acesas libertavam a cera em movimentos lânguidos. Encostado à cabeceira, uma Maraca angolana esperava ser tocada a qualquer momento. O avô de Ricardo tinha trazido uma igual quando acabou a comissão militar. Trocara a arma pelo instrumento musical, troca justa, pensou.
Ricardo continuava à porta, a jogada seria sua.
(João Mãos de Tesoura)
As velas derretiam no desejo...
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A luz intermitente das velas dava um certo movimento às curvas do corpo que o aguardava quieto, ali à sua frente, num silêncio de consentimento..."Meu Deus, que visão"- Pensou ele.
As suas pernas tremiam-lhe, como as pequenas chamas das velas dançavam ao sabor de uma pequena corrente de ar que trespassava o quarto, um pequeno oásis de ar num dia infernal na atmosfera alentejana...o calor não ajudava a conter a transpiração do nervosismo e, encostado à ombreira da porta, teve ainda um acesso de hesitação...apetecia-lhe fumar um cigarro que o acalmasse de uma vez por todas antes do seu ritmo acelerar de novo, mas agora em comunhão de dois corpos que suam e que se esquivam entre apertões de paixão...sorriu e disse-lhe: "estou muito nervoso..."
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